quinta-feira, 26 de junho de 2008

O ESTUDO SOBRE DEUS

Em 7 de janeiro de 1855 o ministro da capela da rua New Park começou seu sermão matinal do seguinte modo:
Já foi dito por alguém que "o estudo adequado da humanidade é o próprio homem". Não me oponho à idéia, mas creio ser igualmente verdadeiro que o estudo correto do eleito de Deus é Deus; o estudo apropriado ao cristão é a divindade. A mais alta ciência, a mais elevada especulação, a mais poderosa filosofia que possa prender a atenção de um filho de Deus é o nome, a natureza, a pessoa, a obra, as ações e a existência do grande Deus, a quem chama Pai.
Nada é melhor para o desenvolvimento da mente que contemplar a divindade. Trata-se de um assunto tão vasto, que todos os nossos pensamentos se perdem em sua imensidão; tão profundo que nosso orgulho desaparece em sua infinitude. Podemos compreender e aprender muitos outros temas, derivando deles certa satisfação pessoal e pensando enquanto seguimos nosso caminho: "Olhe, sou sábio". Mas quando chegamos a esta ciência superior e descobrimos que nosso fio de prumo não consegue sondar sua profundidade e nossos olhos de águia não podem ver sua altura, nos afastamos pensando que o homem vaidoso pode ser sábio, mas não passa de um potro selvagem, exclamando então solenemente: "Nasci ontem e nada sei". Nenhum tema contemplativo tende a humilhar mais a mente que os pensamentos sobre Deus...
Ao mesmo tempo, porém, que este assunto humilha a mente, também a expande. Aquele que pensa com freqüência em Deus terá a mente mais aberta que alguém que apenas caminha penosamente por este estreito globo. [...] O melhor estudo para expandir a alma é a ciência de Cristo, e este crucificado, e o conhecimento da divindade na gloriosa trindade. Nada alargará mais o intelecto, nada expandirá mais a alma do homem que a investigação dedicada, cuidadosa e contínua do grande tema da divindade.
Ao mesmo tempo que humilha e expande, este assunto é eminentemente consolador. Na contemplação de Cristo existe um bálsamo para cada ferida; na meditação sobre o Pai, há consolo para todas as tristezas, e na influência do Espírito Santo, alívio para todas as mágoas. Você quer esquecer sua tristeza? Quer livrar-se de seus cuidados? Então, vá, atire-se no mais profundo mar da divindade; perca-se na sua imensidão, e sairá dele completamente descansado, reanimado e revigorado. Não conheço coisa que possa confortar mais a alma, acalmar as ondas da tristeza e da mágoa, pacificar os ventos da provação que a meditação piedosa a respeito da divindade. Para este assunto chamo a atenção de todos nesta manhã.
Estas palavras, proferidas há mais de um século por Charles Haddon Spurgeon (que nessa época contava, inacreditavelmente, apenas 20 anos), foram verdadeiras do mesmo modo como são agora. Elas constituíram o prefácio adequado para uma série de estudos sobre a natureza e o caráter de Deus. (J.I.Packer).

sábado, 21 de junho de 2008

Fome e sede de justiça

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”(Mat 5.6).
Poderíamos descrever essa declaração como a carta magna de toda alma anelante, aquela notável afirmação do Evangelho cristão a todos quantos se sentem infelizes no tocante a si mesmos e no tocante ao seu estado espiritual, os quais também anseiam por uma nova ordem e por uma nova qualidade de vida de que até agora não puderam usufruir.
Essa declaração frisa uma das mais fundamentais doutrinas do Evangelho, a saber, que a nossa salvação nos é propiciada inteiramente de graça ou através da graça divina por ser um dom inteiramente gratuito da parte de Deus. Essa é a grande ênfase desta declaração. (M.L.Jones)

terça-feira, 17 de junho de 2008

O MAIOR CONVITE DE TODOS OS TEMPOS

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”(Mat 11.28-30)
Nesse texto, o Senhor faz um convite tríplice:
1 - Para descasarmos do peso dos nossos pecados, do peso das nossas fadigas existenciais, da culpa, da angústia, da incerteza, da consciência pesada, da tristeza, para descasarmos em seus braços de misericórdia. Ele sabia que efetivamente nos cansaríamos e, por isso, fez este convite especial: “Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso”(v28 LH).
2 - Para dividirmos com Ele o nosso jugo. Jugo é uma canga que a junta de bois carrega, quando está puxando a carga. Se aquela canga estiver em apenas um boi, a carga não poderá ser puxada. Mas se estiver de forma equilibrada sobre os dois bois ficará mais fácil puxar a carga. A carga que o Senhor coloca sobre nós é leve, e Ele nos ajudará a carregá-la. “Os deveres que eu exijo de vocês são fáceis, e a carga que eu ponho sobre vocês é leve”(v30 LH).
3 - Para aprendermos dos dEle. Aprendermos dos seus maravilhosos ensinamentos, mas especialmente dos seus atos de misericórdia. Aprender do Senhor Jesus é aprender a ser humilde de coração, é aprender a ser manso, a ser misericordioso, amoroso, fiel, gentil, amável, puro, leal, compassivo, perdoador. “aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde”(v29 LH).