sábado, 22 de setembro de 2012

NATUREZA DO JUÍZO FINAL

O juízo final do qual a Bíblia fala não pode ser considerado como um processo espiritual invisível e infindável, idêntico à providência de Deus na história. Isto não equivale a negar o fato de que há um julgamento providencial de Deus nas vicissitudes de indivíduos e nações, embora nem sempre se reconheçam como tais. A Bíblia nos ensina claramente que, ainda na presente vida, Deus visita o mal com castigos e recompensa o bem com bênçãos, e que estes castigos e recompensas são positivos nalguns casos, mas noutros aparecem como resultados providenciais naturais do mal cometido ou do bem praticado, Dt 9.5; Sl 9.16; 37.28; 59.13; Pv 11.5; 14.11; Is 32.16,17; Lm 5.7. A consciência humana também atesta este fato. Mas também é manifesto na Escritura que os juízos de Deus no presente não são finais. Às vezes o mal prossegue sem a devida punição, e o bem nem sempre sé recompensado nesta existência com as bênçãos prometidas. Os ímpios dos dias de Malaquias tiveram a coragem de gritar: “Onde está o Deus do juízo?”, Ml 2.17. A queixa que se ouvia naqueles dias era; “Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por felizes os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam, sim, eles tentam ao Senhor e escapam”, Ml 3.14, 15. Jó e seus amigos lutaram com o problema dos sofrimentos dos justos, e a mesma coisa fez Asafe no Salmo 73. A Bíblia nos ensina a ter os olhos postos no futuro, no juízo final, vendo neste a resposta decisiva de Deus para todas essas interrogações, a solução de todos esses problemas e a remoção de todas as discrepâncias aparentes da era atual, Mt 25.31-46; Jo 5.27-29; At 25.24; Rm 2.5-11; Hb 9.27; 10.27; 2 Pe 3.7; Ap 20.11-15. Estas passagens não se referem a um processo, mas, sim a um evento bem definido do fim dos tempos. Ele é descrito como acompanhado por outros eventos históricos, tais como a vinda de Jesus Cristo, a ressurreição dos mortos e a renovação de céus e terra. (Berkhof, L – Teologia Sistemática)