quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Conceitos milenistas

Há alguns que relacionam com o advento de Cristo a idéia de um milênio, quer imediatamente antes, quer imediatamente depois da segunda vida. Embora esta idéia não seja parte integrante da teologia reformada (calvinista), não obstante merece consideração aqui, visto haver-se tornado bem popular em muitos círculos. A teologia reformada não pode permitir-se ignorar os generalizados conceitos milenistas dos dias atuais, mas deve definir a sua posição com respeito a esses conceitos. Alguns que esperam um milênio no futuro afirmam que o Senhor voltará antes do milênio e, portanto, são chamados premilenistas; ao passo que outros acreditam que a Sua segunda vinda ocorrerá após o milênio, e, daí, são conhecidos como posmilenistas. Numerosos são, porém, os que não crêem que a Bíblia autoriza a expectação de um milênio, sendo costume falar deles como amilenistas. Como o nome indica, o conceito amilenista é puramente negativo. Afirma que não há suficiente base para a expectação de um milênio e está firmemente convencido de que a Bíblia favorece a idéia de que à presente dispensação do reino de Deus seguir-se-á imediatamente o reino de Deus em sua forma consumada e eterna. Está ciente do fato de que o reino de Jesus Cristo é apresentado como eterno, e não temporal, Is 9.7; Dn 7.14; Lc 1.33; Hb 1.8; 12.28; 2 Pe 1.11; Ap 11.15; e de que entrar no reino do futuro é entrar num estado eterno, Mt 21.22, é entrar na vida, Mt. 18.8.9 (cf. o contexto anterior), e ser salvo, Mc 10.25, 26. Alguns premilenistas dizem que o amilenismo é um conceito novo e uma das novidades mais recentes, mas o certo é que isso não se harmoniza com o testemunho da história. O nome é de fato novo, mas o conceito ao qual é aplicado é tão antigo como o cristianismo. Teve pelo menos o mesmo numero de defensores que teve o quiliasma* entre os chamados pais da igreja do segundo e do terceiro séculos, tidos como o apogeu do quiliasma. Sempre foi o conceito mais amplamente aceito, é o único que vem expresso ou implícito nas grandes confissões históricas da igreja , e sempre foi o conceito predominante nos círculos reformados. (Berkhof, L – Teologia Sistemática)