segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O evolucionismo teísta é insustentável, à luz da Escritura

Alguns cientistas e filósofos cristãos procuram harmonizar a doutrina da criação, ensinada pela Escritura, com a hipótese e evolucionista, aceitando o que denominam evolucionismo teísta. É um protesto contra a tentativa de eliminar Deus, e O defende como o realizador todo-poderoso que está por trás de todo o processo de desenvolvimento. A evolução é tida simplesmente como o método de ação de Deus no desenvolvimento da natureza. O evolucionismo teísta chega realmente ao ponto de dizer que Deus criou o mundo (o cosmos) por um processo de evolução, um processo de desenvolvimento natural, no qual Ele não intervém miraculosamente, exceto nos caos de absoluta necessidade. Ele se dispõe a admitir que o princípio absoluto do mundo só poderia resultar de uma atividade criadora direta de Deus; e, se não pode encontrar uma explicação natural, também garante uma intervenção direta de Deus na originação da vida e do homem. Esse modo de ver tem sido aclamado como evolucionismo cristão, embora não haja necessariamente nada de cristão nele. Muitos que doutro modo se oporiam à hipótese evolucionista, acolheram-no porque ele reconhece Deus no processo e é supostamente compatível com a doutrina escriturística da criação. Daí, é ensinado livremente nas igrejas e nas escolas dominicais. Contudo, é de fato um produto híbrido muito perigoso. O nome é uma contradição terminológica, pois não é nem teísmo nem naturalismo, e não é criação nem evolução no sentido em que os termos são comumente aceitos. E não se requer muita capacidade de penetração para ver-se que p Dr. Fairhust está certo em sua convicção de “que o evolucionismo teísta destrói a Bíblia como livro inspirado e sua autoridade coma mesma eficiência do evolucionismo ateu”. À semelhança do evolucionismo naturalista, o evolucionismo teísta ensina que foram necessários milhões de anos para a produção do presente mundo habitável; e que Deus não criou várias espécies de plantas e animais, e isto para reproduzirem sua espécie; que o homem, ao menos em seu lado físico, é descendente dos animais e, portanto, começou a sua carreira num nível baixo; que não houve queda nenhuma, no sentido bíblico da palavra, mas apenas repetidos deslizes dos homens em seu curso ascensional; que o pecado é apenas uma fraqueza, resultante dos instintos e desejos animais do homem, e não constitui culpa; que a redenção é conseguida pelo sempre crescente domínio do elemento superior presente no homem sobre as suas propensões inferiores; que não ocorrem milagres, quer no mundo natural quer no espiritual; que a regeneração, a conversão e a santificação são simplesmente mudanças psicológicas naturais, e assim por diante. Numa palavra, é uma hipótese que subverte absolutamente a verdade da Escritura. Alguns eruditos dos dias atuais acham que a teoria da evolução criadora, de Bergson,* se recomenda por si mesma aos que não querem deixar Deus fora de consideração. Este filósofo francês pressupõe um élan vital no mundo, como base e princípio dinâmico de toda vida. Este princípio vital não brota da matéria, mas é, antes, a causa originadora da matéria. Ele permeia a matéria, vence sua inércia e sua resistência agindo como uma força viva naquilo que essencialmente está morto, e sempre cria, não material novo, mas novos movimentos adaptados aos seus próprios fins, e assim cria de maneira muito semelhante à criação do artista. Tem direção e propósito e, contudo, embora consciente, não opera segundo um plano preconcebido, conquanto isso seja possível. Ele determina a evolução propriamente dita, bem como a direção em que a evolução se move. Esta vida permanentemente criadora, “da qual todo indivíduo e toda espécie é uma experiência”, é o Deus de Bergson, um Deus finito, de poder limitado e que, ao que parece, é impessoal, embora Hermann diga que “nós talvez não erremos muito se acreditarmos que ele será ‘a tendência ideal da coisas’tornada pessoal”. Haas fala de Bergson como panteísta vitalista, e não teísta. De qualquer forma, seu Deus é um Deus que se acha totalmente dentro do mundo. Essa maneira de ver pode exercer especial atração sobre o teólogo liberal moderno, mas está ainda menos em harmonia com a narrativa bíblica da criação do que o evolucionismo teísta. QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA. 1. Qual é a verdadeira alternativa para a doutrina da criação? 2. Onde está a importância da doutrina da criação? 3. Deve-se conceder que os primeiros capítulos de Gênesis se apóiem de alguma forma no estudo científico da origem das coisas? 4. A Bíblia determina de algum modo a data em que o mundo foi criado? 5. Que extremos devem ser evitados quanto à relação mútua entre Deus e o mundo? 6. A Bíblia sempre deve ser interpretada em harmonia com teorias científicas amplamente aceitas? 7. Que posição ocupa a hipótese evolucionista no mundo científico de hoje? 8. Qual é o elemento característico da teoria evolucionista darwinista? 9. Como se pode explicar o seu repúdio generalizado nos dias atuais? 10. Como a evolução criadora de Bergson, ou o neo-vitalismo de Hans Driesch afetam a visão mecanicista do universo? 11. Em que aspecto o evolucionismo teísta é um melhoramento, em relação ao evolucionismo naturalista? BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTA. Bavinck, Geref. Dogm. II, p.426-543; ibid., Schepping of Ontwikkeling; Kuyper, Dict, Dogm, De Crestione, p. 3-127; De Cresturis A, p. 5-54; B, p. 3-42; ibid, Evolutie; Vos, Geref. Dogm. I, De Schepping; Hodge, Syst. Theol. I p. 550-574; Shedd, Dogm. Theol. I , p. 463-526; McPherson, Chr. Dogm., p.163-174; Dabney, Syst. And Polemic Theol., p.247-274; Harris, God, Creator and Lord of All I, p. 463-518; Hepp, Calvinism and the Philosophy of Nature, Cap. V; Honig, Geref. Dogm.,p.281-324; Noordtzaij, God’s Woord en der Eeuwen Getuigenis,p. 77-98; Aalders, De Goddelijke Openbaring in de Eerste Drie Hoofdstukken van Genesis;Geesink, Van’s Heeren Ordinantien, Inleidend Deel, p. 216-332; várias obras de Darwin, Wallace, Weissman, Osborne, Spencer, Haeckel, Thompson e outros sobre o evolucionismo; Dennert, The Desthbed of Darwinism; Dawson, The Bible Confirmed by Science; Fleming, Evolution and Creation; Hamilton, The Basis of Evolutionary Faith; Johnson, Can the Christian Now Believe in Evolution? McCrady, Reason and Revelation; More, The Dogma of Evolution; Morton, The bankruptcy of Evolution; O’Toole, The case Against Evolution; Price, The Fundamentals of Geology; ibid., The Phantom of Organic Evolution; Messenger, Evolution and Theology; Rimmer, The Theory of Evolution and the Facts of Science. (Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg.157)