segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Teoria da harmonização

Procura harmonizar a Escritura com a ciência presumindo que os dias da criação foram períodos de milhares de anos. Em acréscimos ao que foi dito sobre isto nas considerações sobre os dias da criação, podemos dizer agora que a idéia de que os estratos da terra indicam possivelmente longos e sucessivos períodos de desenvolvimento da historia da sua origem, não passa de mera hipótese dos geólogos, hipótese baseada em generalizações infundadas. Queremos chamar a atenção para as seguintes considerações: (1) A geologia não somente é uma ciência nova, mas também ainda esta presa ao pensamento especulativo. Não pode ser considerada uma ciência indutiva, desde que em grande parte é fruto de um raciocínio a priori ou dedutivo. Spencer chamava-lhe “Ciência Ilógica” e ridicularizava os seus métodos, e Huxley falava da grande hipótese por ela apregoada como “não comprovada e improvável”. (2) Ate o presente, ela tem feito pouco mais que esgaravatar a supervicie da terra, e isso num número muito limitado de lugares. O resultado é que as suas conclusões são muitas vezes meras generalizações, baseadas em dados insuficientes. Fatos ocorridos nalguns lugares contradizem fatos observados noutros. (3) Mesmo que tivesse explorado grandes áreas em todas as partes do globo, só poderia dar-nos informação perfeitamente fidedigna sobre a sua história passada. Não se pode escrever a história de uma nação com base nos fatos observados em sua presente constituição e vida. (4) Os geólogos partiram logo da pressuposição de que os estratos das rochas achavam-se na mesma ordem em todo o globo terráqueo; e isso, calculando que a extensão do tempo requerido para a formação de cada um deles poderia determinar a idade da terra. Mas (a) viu-se que a ordem das rochas difere em várias localidades; (b) as experiências feitas para determinar o tempo requerido para a formação dos diferentes estratos levaram a resultados muito diferentes; e (c) viu-se que a teoria uniformitária de Lyell, de que a ação física e química de hoje é guia seguro para avaliar a de todas as épocas anteriores, não merece confiança. (5) Quando as tentativas de determinar a idade dos diversos estratos ou rochas por sua constituição mineral e mecânica falharam, os geólogos começaram a fazer dos fósseis o fator dominante. A paleontologia veio a ser a disciplina verdadeiramente importante, e sob a influência do princípio uniformitário de Leyll, desenvolveu-se e se tornou uma das importantes provas do evolucionismo. Simplesmente se pressupõe que certos fósseis são mais antigos que outros; e se se levanta a questão sobre qual a base em que se firma essa pressuposição, a resposta é que os fósseis se acham nas rochas mais antigas. Isto não passa de raciocínio em círculo. A idade das rochas é determinada pelos fósseis que elas contém, e a idade dos fósseis é determinada pelas rochas em que eles se acham. Mas nem sempre se encontram os fósseis na mesma ordem; às vezes a ordem é invertida. (6) a ordem dos fósseis, como agora determinada pela geologia, não corresponde à ordem que a narrativa da criação nos leva a esperar, de sorte que, mesmo a aceitação da hipótese geológica não atenderia ao propósito de harmonizar a Escritura com a ciência. (Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg.153)