segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Teoria da restituição

Alguns teólogos tentaram conciliar a narrativa da criação com as descobertas da ciência no estudo da terra, adotando a teoria da restituição. Esta foi defendida por Chalmers, Buckland, Wisemann e Delitzsch, e supõe que transcorreu um longo período entre a criação primaria, mencionada em Gn 1.1, e a criação secundaria, descrita em Gn 1.3-31. Este longo período foi marcado por varias alterações catastróficas, resultando na destruição supostamente descrita pelas palavras “sem forma e vazia”. Então, deve-se ler o versículo dois: “É a terra se tornou sem forma e vazia”. Esta destruição foi seguida por uma restituição, quando Deus transformou o caos em cosmos, um mundo habitável para o homem. Esta teoria talvez ofereça alguma explicação dos diferentes estratos da terra, mas não oferece explicação dos fosseis das rochas, a menos que se admita que houve também sucessivas criações de animais seguidas de destruições em massa. Esta teoria nunca encontrou apoio nos círculos científicos, e não acha suporte na Escritura. A Bíblia não diz que a terra se tornou, mas que era sem forma e vazia. E mesmo que se possa traduzir o verbo hebraico hayetha por “tornou-se”, as palavras “sem forma e vazia” denotam uma condição não formada, e não uma condição resultante de destruição. Delitzsch combinou com esta teoria a idéia de que originalmente a terra era habitada por anjos, e que a queda ocorrida no mundo angélico foi destruição que resultou no referido no versículo 2. Por uma ou outra razão, este conceito é consideravelmente favorecido pelos dispensacionalistas dos dias atuais, que, para apóia-lo, recorrem a passagens como Is 24.1; Jr 4.23-26; Jó 9.4-7; 2 Pe 2.4. Mas, uma cuidadosa leitura destas mesmas passagens é suficiente para convencer o interessado de que elas não provam o ponto em questão, de maneira nenhuma. Alem disso, a Bíblia nos ensina claramente que Deus criou os céus e a terra “e todo o seu exercito” em seis dias, Gn 2.1; Êx 20.11. (Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg.152)