sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O PAI, OU A PRIMEIRA PESSOA DA TRINDADE

a. O nome “Pai” em sua aplicação a Deus. Este nome nem sempre é empregado com relação a Deus com o mesmo sentido na Escritura. (1) Às vezes se aplica ao Deus Triúno como a origem de todas as coisas criadas, 1 Co 8.6; Ef 3.15; Hb 12.9; Tg 1.17. Conquanto nestes casos o nome se aplique ao Deus Triúno, refere-se mais particularmente à primeira pessoa, a quem a obra da criação é mais especialmente atribuída na Escritura. (2) Atribui-se também o nome ao Deus Triúno para expressar a relação teocrática que Ele mantém com Israel como o Seu povo no Velho Testamento, Dt 32.6; Is 63.16; 64.8; Jr 3.4; Ml 1.6; 2.10. (3) Mo Novo Testamento o nome é geralmente empregado para designar o Deus Triúno como Pai, num sentido ético, de todos os Seus filhos espirituais, Mt 5.45; 6.6-15; Rm 8.16; 1 Jo 3.1. (4) Num sentido inteiramente diverso, contudo, o nome é aplicado à primeira pessoa da Trindade em Sua relação com a segunda pessoa, Jô 1.14, 18; 5.17-26; 8.54; 14.12, 13. A primeira pessoa é o Pai da segunda num sentido metafísico. Esta é a paternidade originária de Deus, da qual toda paternidade terrena é apenas pálido reflexo. b. A propriedade distintiva do Pai. A propriedade pessoal do Pai, falando em termos negativos, consiste em que Ele não é gerado, e, em termos positivos consiste na geração do Filho e na espiração do Espírito Santo. É verdade que a espiração é obra do Filho também, mas neste, essa obra não se combina com a geração. Estritamente falando, a única obra exclusivamente peculiar ao Pai é a da geração ativa. c. As opera ad extra atribuídas mais particularmente ao Pai. Todas as opera ad extra de Deus são do Deus Triúno, mas nalgumas destas obras o Pai está em primeira plano, como nestas: (1) Planejando a obra de redenção, a eleição inclusive, da qual o próprio Filho era um objeto, Sl 2.7-9; 40.6-9; Is 53.10; Mt 12.32; Ef 1.3-6. (2) As obras da criação e da providência, principalmente em seus estágios iniciais, 1 Co 8.6; Ef 2.9. (3) A obra de representação da Trindade no Conselho da Redenção, como o Ser santo e justo, cujo direito foi violado, Sl 2.7-9; 40.6-9; Jô 6.37; 17.4-7. (Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 84)