quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A EXTENSÃO DA EXPIAÇÃO

1. O PONTO EXATO EM QUESTÃO. A questão que nos interessa nesta altura não é (a) se a satisfação dada por Cristo foi em si mesma suficiente para todos os homens, uma vez que todos admitem isto; (b) se os benefícios salvíficos são realmente aplicados a todos os homens, pois a grande maioria dos que ensinam a salvação universal* não acredita que todos sejam de fato salvos. (c) se a oferta bona fide (com boa fé) da salvação é feita a todas os que ouvem o Evangelho, com a condição do arrependimento e fé, visto que as igrejas reformadas (calvinista) não a questionam; nem (c) se algum fruto da morte de Cristo beneficia os não eleitos em virtude da sua estreita associação com o povo de Deus, pois isto é ensinado explicitamente por muitos eruditos reformados (calvinistas). Por outro lado, a questão se relaciona com a finalidade da expiação. Quando Deus enviou Cristo e quando Cristo veio ao mundo para fazer expiação pelo pecado, fizeram isto com a finalidade ou propósito de salvar somente os eleitos, ou todos os homens? Esta, e só esta, é a questão. 2. EXPOSIÇÃO DA POSIÇÃO REFORMADA (CALVINISTA). A posição reformada é que Cristo morreu com o propósito de real e seguramente salvar os eleitos, e somente os eleitos. Isto equivale a dizer que Ele morreu com o propósito de salvar somente aqueles a quem Ele de fato aplica os benefícios da Sua obra redentora. Várias tentativas têm sido feitas, em círculos que se dizem reformados, para modificar esta posição. Os arminianos holandeses sustentavam que Cristo morreu com o propósito de tornar a salvação possível para todos os homens, sem exceção, embora nem todos sejam salvos. A salvação lhes é oferecida em termos inferiores aos do oferecimento feito a Adão, a saber, com a condição de haver fé e obediência evangélica, condição que eles podiam preencher em virtude da dádiva divina da graça suficiente ou comum a todos os homens. Os universalistas calvinistas procuravam colocar-se entre a posição reformada e a dos arminianos. Distinguiam um duplo decreto de Deus: (a) Um decreto para enviar Cristo ao mundo para salvar todos os homens por Sua morte expiatória, com a condição da fé nele. Contudo, porque Deus viu que este propósito fracassaria, dado que ninguém aceitaria a Cristo pela fé, Ele propôs um segundo decreto ao primeiro. (b) Um decreto para dar a um certo número de pecadores, a saber, aos eleitos, uma graça especial, com o fim de gerar fé nos seus corações e garantir a sua salvação. Este conceito dúbio e deveras insatisfatório foi mantido pela escola de Saumur* (Cameron, Amyraldus e Testardus), e também por eruditos ingleses como Wardlaw, John Brown e James Richards. Alguns teólogos da Nova Inglaterra, como Emmons, Taylor, Park e Berman sustentavam um conceito algo similar. Os “homens-marrow”** da Escócia foram perfeitamente ortodoxos ao afirmarem que Cristo morreu com o propósito de salvar unicamente os eleitos, embora alguns deles empregassem expressões que apontavam também para uma aplicação mais geral da expiação. Diziam eles que Cristo não morreu por todos os homens, ms que Ele está morto, isto é, está disponível para todos. O dadivoso amor de Deus, que é universal, levou-os a praticar um feito de dádiva e concessão a todos os homens; e este é o fundamento de toda oferta universal de salvação. Seu amor eletivo, porém, que é especial, redunda somente na salvação dos eleitos. Os mais importantes “homens-marrow” foram Hog, Boston e os dois Erskine. 3. COMPROVAÇÃO DA DOUTRINA DE UMA EXPIAÇÃO LIMITADA. Oferecem-se as seguintes provas de uma expiação particular. a. Pode-se estabelecer, primeiramente, como princípio geral, que os desígnios de Deus sempre são seguramente eficazes e não podem ser frustrados pelas ações do homem. Isto se aplica também ao propósito divino de salvar os homens por intermédio da morte de nosso Senhor Jesus Cristo. Se fosse Sua intenção salvar todos os homens, este propósito não poderia ser frustrado pela incredulidade do homem. Admite-se por todos os lados que são os salvos pecadores em número limitado. Conseqüentemente, estes são os únicos que Deus determinou-se a salvar. b. A Escritura qualifica repetidamente aqueles pelos quais Cristo entregou Sua vida de tal maneira que indica uma limitação muito definida. Aqueles por quem Ele sofreu e morreu são variadamente chamados Sua “ovelhas”, “minhas ovelhas”, Jo 10.11, 15.26; Sua “igreja”, At 20.28; Ef 5.25-27; “o seu povo”, Mt 1.21; e “os eleitos”, Rm 8.32-35. c. A obra sacrificial de Cristo e Sua obra intercessória são simplesmente dois aspectos diferentes da Sua obra expiatória e, portanto, o alcance de uma não pode ser mais amplo que o da outra. Ora, Cristo limita mui definidamente a Sua obra intercessória, quando diz: “não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus”, Jo 17.9. Por que limitaria Ele a Sua oração intercessória, se de fato pagou o preço por todos? d. Deve-se notar também que a doutrina segundo a qual Cristo morreu com o propósito de salvar todos os homens leva logicamente ao universalismo absoluto, isto é, à doutrina que afirma que todos os homens são salvos de fato. É impossível que aqueles por quem Cristo pagou o preço, cuja culpa Ele removeu, se percam por causa dessa culpa. Os arminianos não podem parar no meio do caminho, mas devem ir até ao fim. e. Se se disser, como alguns dizem, que a expiação foi universal, mas que a aplicação dela é particular; que Cristo tornou a salvação possível para todos, mas de fato salva apenas um limitado número de pecadores, dever-se-á mostrar que há uma inseparável ligação entre a aquisição e a real dádiva da salvação. A Bíblia ensina claramente que a finalidade e o efeito da obra expiatória de Cristo não consistem apenas em tornar possível a salvação, mas, sim, em reconciliar Deus com o homem e dar aos homens efetiva posse da salvação eterna, uma salvação que muitos não conseguem obter, Mt 18.11; Rm 5.10; 2 Co 5.21; Gl 1.4; 3 13; Ef 1.7. f. E se for feita a asserção de que o propósito de Deus e de Cristo foi evidentemente condicional, dependendo da fé e da obediência do homem, dever-se-á chamar a atenção para o fato de que a Bíblia ensina com clareza que Cristo, com a Sua morte, adquiriu a fé, o arrependimento e todos os demais efeitos da obra do Espírito Santo, a favor do Seu povo. Conseqüentemente, estas não são as indicações cujo atendimento depende simplesmente da vontade do homem. A expiação também assegura o cumprimento das condições que precisam ser satisfeitas, para a obtenção da salvação, Rm 2,4; Gl 3.13,14; Ef 1.3, 4; 2.8; Fp 1.29; 2 Tm 3.5, 6. 4. OBJEÇÕES À DOUTRINA DE UMA EXPIAÇÃO LIMITADA. Estas podem ser classificadas como segue: a. Há passagens que ensinam que Cristo morreu pelo mundo, Jo 1.29; 3.16; 6.33, 51; rm 11.12, 15; 2 Co 5.19; 1 Jo 2.2. A objeção baseada nessas passagens parte do infundado pressuposto de que a palavra “mundo, como é empregada nelas, significa “todos os indivíduos que constituem a raça humana”. Não fora assim, a objeção baseada nelas não teria razão de ser. Mas é mais que evidente na Escritura que o vocábulo mundo tem vários sentidos, como uma simples leitura das seguintes passagens o comprovará conclusivamente: Lc 2,1; Jo 1.10; At 11.28; 19.27; 24.5; Rm 1.8; Cl 1.6. Também se vê que, quando é empregado com referência aos homens, nem sempre inclui todos os homens, nem sempre inclui todos os homens, Jo 7.4; 12, 19; 14.22; 18.20; Rm 11.12, 15; nalgumas destas passagens não há a menor possibilidade de que ele fale de todos os homens. Se tivesse este sentido em Jo 6.33, 51, seguir-se-ia que Cristo de fato dá vida a todos os homens, isto é, salva-os a todos. Isto vai além do que os próprios opositores crêem. Em Rm 11.12, 15, a palavra “mundo” não pode ser totalmente inclusiva, visto que o contexto exclui claramente a Israel;e porque, com base nessa suposição, estas passagens provariam mais do que se pretende, a saber, que os fruto da obra expiatória de Cristo são de fato aplicados a todos. Contudo, vemos nestas passagens uma indicação do fato de que a palavra “mundo” às vezes é empregada para indicar que o particularismo veterotestamentário pertence ao passado e abriu caminho para o universalismo neotestamentário. As bênçãos do Evangelho foram estendidas a todas as nações, Mt 24.14; Mc 16.16; Rm 1.5; 10.18. Esta é provavelmente a chave para a interpretação da palavra “mundo” em passagens como Jo 1.29; 6.33, 51; 2 Co 5.19; 1 Jo 2.2. O dr. Shedd supõe que a palavra significa “todas as nações” em passagens ela indica o mundo dos crentes, ou a igreja, Jo 6.33, 51; Rm 4.13; 11.12, 15. Kuyper e van Andel também supõem que é este o sentido da palavra nalgumas passagens. b. Estreitamente relacionadas com as passagens a que nos referimos no item anterior estão aquelas nas quais se diz que Cristo morreu por todos os homens, Rm 5.18; 1 Co 15.22; 2 Co 5.14; 1 Tm 2.4, 6; Tt 2.11; Hb 2.9; 2 Pe 3.9. naturalmente, cada uma destas passagens deve ser analisada no contexto em que se encontra. Por exemplo, o contexto mostra claramente que as expressões “todos os homens”e “todos”em Rm 5.18 e 1 Co 15.22 incluem somente os que estão em Cristo, em contraste com todos os que estão em Adão. Se a palavra “todos” nestas passagens não foi interpretada num sentido limitado, elas ensinarão, não apenas que Cristo tornou a salvação possível para todos os homens, mas, sim, que Ele de fato salva todos, sem exceção. Assim, o arminianismo será empurrado para o campo do universalismo extremo, onde ele não deseja estar. Uma limitação semelhante deve ser aplicada à interpretação de 2 Co 5.14 e Hb 2.9, cf. versículo 10. Doutra sorte, elas provariam demais, e, portanto, não provariam nada. Em todas estas passagens a expressão “todos” refere-se simplesmente a todos os que estão e Cristo. No caso de Tt 2.11, que fala da manifestação da graça de Deus, “salvadora a todos os homens”, o contexto mostra claramente que a expressão “todos os homens” realmente significa todas as classes de homens. Se a palavra “todos” não é restrita, esta passagem também ensina a salvação universal. As passagens de 1 Tm 2.4-6; Hb 2.9; 2 Pe 3.9 referem-se à vontade revelada de Deus de que os judeus e gentios seriam salvos, mas nada implicam quanto à intenção universal da expiação. Mesmo Moisés Stuart, que crê na expiação universal, admite que, nestes casos, a palavra “todos” não pode ser entendida no sentido universal. c. Uma terceira classe de passagens que parecem militar contra a idéia de uma expiação limitada consiste daquelas que, segundo dizem, implicam a possibilidade de que àqueles por quem Cristo morreu deixam de obter a salvação. Rm 14.15 e a passagem paralela de 1 Co 8.11 podem ser mencionadas primeiro. Alguns comentadores são de opinião que estas passagens não se referem à destruição eterna, mas é mais provável que sim. O apóstolo simplesmente quer pôr em relevo o comportamento descaridoso de alguns dos mais fortes irmãos da igreja. Eles se mostravam bem capazes de ofender os irmãos da igreja. Eles se mostravam bem capazes de ofender os irmãos mais fracos, fazê-los tropeçar, passar por cima das suas consciências e, assim, fazê-los entrar pelo caminho descendente, cujo resultado natural havendo continuidade, seria a destruição. Conquanto Cristo tivesse pago o preço de Sua vida para salvar tais pedidos, eles, por sua conduta, tendiam a destruí-las. Rm 14.4 mostra que não ocorreria essa destruição; pela graça de Deus, elas seriam preservadas. Temos, então, aqui, como o dr. Shedd o expressa, “uma suposição, à guisa de argumento, de alguma coisa que não pode acontecer”, justamente como em 1 Co 13.1-3; Gl 1.8. outra passagem um tanto parecida acha-se em 2 Pe 2.1, com a qual também se pode classificar Hb 10.29. A explicação mais plausível destas passagens é a que foi dada por Smeaton, como interpretação de Piscator e das anotações dos holandeses, a saber, ‘que estes falsos mestres soa descritos de acordo com a sua própria declaração e com o critério da caridade. Eles se apresentavam como redimidos, e assim foram considerados pelo juízo da igreja, enquanto permaneceram em sua comunhão”. d. Finalmente, há uma objeção derivada da oferta bona fide da salvação (oferta de boa fé). Cremos que Deus “não dissimuladamente”, isto é, sinceramente ou com boa fé chama a todos os que estão vivendo sob o Evangelho para crerem e lhes oferece a salvação mediante a fé e o arrependimento. Ora, os arminianos afirmam que tal oferta da salvação não pode ser feita por aqueles que crêem que Cristo morreu somente pelos eleitos. Esta objeção já foi levantada por ocasião do Sínodo de Dort, mas a sua validade não foi admitida como uma coisa comprovada. Pode-se fazer as seguintes observações em réplica a esta objeção: (1) A oferta da salvação mediante a fé e o arrependimento não tem a pretensão de ser uma revelação do secreto conselho de Deus, ou, mais especificamente, do Seu objetivo ao dar Cristo como expiação pelo pecado. É simplesmente a promessa de salvação a todos os que aceitam Cristo pela fé. (2) Esta oferta, ao mesmo tempo que é universal, é sempre condicionada por uma fé e um arrependimento que só podem ser produzidos no coração do homem pela operação do Espírito Santo. (3) A oferta universal da salvação não consiste da declaração de que Cristo fez expiação a favor de quantos ouvem o Evangelho, e de que Deus realmente intenta salvar cada um deles. Consiste de (a) uma exposição da obra expiatória de Cristo como sendo em si mesma suficiente para a redenção de todos os homens; (b) uma descrição da real natureza do arrependimento e da fé requeridos para vir a Cristo; e (c) uma declaração de cada pessoa que venha a Cristo com verdadeiro arrependimento e fé obterá as bênçãos da salvação. (4)Não é dever do pregador harmonizar o secreto conselho de Deus quanto à redenção dos pecadores com a Sua vontade declarativa nos termos da oferta do Senhor com a pregação do Evangelho a todos os homens, indiscriminadamente. (5) Diz o dr. Shedd: “O oferecimento universal dos benefícios da expiação de Cristo flui da vontade complacente de Deus, Ez 33.11. ...Deus pode, de maneira própria e justa, instar com os não eleitos a fazerem uma coisa que agrada a Deus, simplesmente porque Lhe agrada. O desejo divino não é alterado pelo decreto divino da preterição”. Ele cita ainda uma declaração muito parecida de Turrentino. (6) A oferta universal da salvação atende ao propósito de pôr às claras a aversão e a obstinação do homem em sua oposição ao Evangelho, e de remover todo vestígio de escusa. Se não fosse feita, os pecadores poderiam dizer que alegremente aceitariam a dá diva de Deus, se tão somente lhes fosse oferecida. 5. O ALCANCE MAIS AMPLO DA EXPIAÇÃO. Pode-se levantar a questão sobre se a expiação feita por Cristo para a salvação dos eleitos, e somente dos eleitos, tem algum alcance mais amplo. Discute-se freqüentemente na teologia escocesa a questão sobre se Cristo não morreu nalgum outro sentido que o salvífico também para os não eleitos. Esta questão foi discutida por vários teólogos mais antigos, como Rutherford, Brown, Durham e Dickson, mas alguns a responderam negativamente. “Eles defendiam, na verdade”, diz Walker, “a suficiência intrínseca da morte de Cristo para salvar o mundo, ou dos mundos; mas que isso nada tem que ver com o propósito de Cristo, ou com a realização de Cristo. A frase que diz que Cristo morreu suficientemente por todos não foi aprovada, porque o “por”parecia implicar alguma realidade da substituição de fato”. Durham negava que se possa dizer que alguma misericórdia concedida aos réprobos e desfrutada por eles possa ser o fruto próprio da morte de Cristo ou a aquisição feita por esta; mas, ao mesmo tempo, sustentava que certas conseqüências da morte de Cristo, de natureza proveitosa, devem alcançar os ímpios, embora seja duvidoso se estas podem ser consideradas como uma bênção para eles. Esta foi também a posição tomada por Rutherford e Gillespie. Os “homens-marrow” da Escócia (já mencionados na seção A deste capítulo), conquanto afirmassem que Cristo morreu com o propósito de salvar somente os eleitos, concluíram, da oferta universal da salvação, que a obra realizada por Cristo também teve um alcance mais amplo e que, para usar as suas próprias palavras, “Deus, o pai, levado por nada mais que o Seu livre amor pela humanidade perdida, fez um ato de doação e de concessão do Seu Filho Jesus Cristo a todos os homens”. Segundo eles, todos os pecadores são legatários constantes do testamento de Cristo, não, na verdade, na essência, mas na administração da aliança d graça, porém o testamento só se efetiva no caso dos eleitos. Sua posição foi condenada pela Igreja da Escócia. Vários teólogos reformados (calvinistas) sustentavam que, apesar de Cristo ter sofrido e morrido somente com o propósito de salvar os eleitos, muitos benefícios da cruz de Cristo – e isso também de acordo com o plano de Deus – são realmente acrescentados ao benefício que gozam aqueles que não aceitam a Cristo pela fé. Acreditam eles que as bênçãos da graça comum também resultam da obra expiatória de Cristo. Parece decorrer de Ef 1.10 e Cl 1.20 que a obra expiatória de Cristo teve também significação para o mundo angélico. As coisas da terra e as do céu se juntam em Cristo como Cabeça (anakephalaiosasthai), Ef 1.10, são reconciliados com Deus por meio do sangue da cruz, Cl 1.20. Kuyper afirma que o mundo angélico, que perdeu seu chefe ou cabeça quando Satanás caiu, é reorganizado sob Cristo como Cabeça. Isto reconciliaria ou uniria o mundo angélico ao mundo da humanidade sob um só Cabeça. Naturalmente, Cristo não é a cabeça dos anjos no sentido orgânico em que é a cabeça da igreja. Finalmente, a obra expiatória de Cristo resultará também num novo céu e numa nova terra em que habita a justiça, habitação própria para a nova e glorificada humanidade, e na gloriosa liberdade da qual a criação inferior também participará, Rm 8.19-22. VII. A Obra Intercessória de Cristo A obra sacerdotal de Cristo não se restringe à oferta sacrificial de Si mesmo na cruz Às vezes se declara que, ao passo que Cristo foi Sacerdote na terra, é Rei no céu. Isto cria a impressão de que a Sua obra sacerdotal está terminada, o que de modo nenhum é correto. Cristo é um Sumo Sacerdote, não somente terreno, mas também, e especialmente, celestial. Ele é, mesmo quando assentado à destra de Deus, com majestade celeste, “ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem”, Hb 8.2. Ele só principiou a Sua obra sacerdotal na terra, e a está completando no céu. No sentido estrito da palavra, Ele não é contato entre os sacerdotes terrenos, que eram apenas sombras de uma realidade vindoura, Hb 8.4. Ele é o Sacerdote verdadeiro, o Sacerdote verdadeiro, o sacerdote de fato,a servir no verdadeiro santuário, do qual o tabernáculo de Israel era apenas uma sombra imperfeita. Ao mesmo tempo, Ele é agora o sacerdote que ocupa o trono, nosso Intercessor junto ao Pai. (Berkhof, L – Teologia Sistemática Pg396)