quinta-feira, 8 de novembro de 2012

AS PESSOAS POR QUEM E AS COISAS PELAS QUAIS CRISTO INTERCEDE

1. AS PESSOAS POR QUEM ELE INTERCEDE. Como já foi dito, a obra intercessória é simples complemento da Sua obra sacerdotal e redentora, e, portanto a extensão de ambas é igual. Cristo intercede por todos aqueles por quem Ele fez expiação, e somente por estes. Pode-se inferir isto do caráter limitado da expiação, e também de passagens como Rm 8.34; Hb 7.25, 26; 9.24. Em cada uma destas passagens, a palavra nós (ou nos) se refere aos crentes. Além disso, na oração sacerdotal registrada em Jo 17, Jesus diz ao Pai que ora por Seus discípulos que ali estão e “por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra”, Jo 17.9, 20. No versículo 9 Ele faz uma declaração sumamente explicita a respeito da limitação da Sua oração sacerdotal: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste”. E o versículo 20, nos ensina que Ele não intercede somente pelos discípulos presentes, mas por todos os eleitos, tanto os já crentes como os que virão a crer futuramente. O intercessor está pendente de cada um daqueles que Lhe são dados, Lc 21.32; Ap 3.5. Os luteranos distinguem entre uma intercessão geral por todos os homens e uma intercessão especial, unicamente pelos eleitos. Para prova-lo, recorrem a Lc 23.34, que contem a oração de Cristo por Seus inimigos, mas essa oração não precisa ser considerada como parte da obra intercessória oficial de Cristo. Dabney acredita que era, e que os objetos dessa oração se converteram mais tarde. Mas também é possível que essa oração seja como a oração que Cristo ensinou os Seus discípulos a fazerem por seus inimigos, oração pelo livramento de um imediato e terrível castigo pelo enorme crime cometido. Cf. Mt 5.44. 2. AS COISAS PELAS QUAIS CRISTO INTERCEDE. Cristo tem muito pelo que orar em Sua prece intercessória. Só podemos dar uma breve indicação de algumas das coisas pelas quais Ele ora. Cristo ora rogando que os eleitos que ainda não se acham no estado de graça sejam nele introduzidos; que os que já se acham recebam perdão por seus pecados diários, isto é, experimentem a continuada aplicação a eles dos frutos da justificação; que os crentes sejam protegidos das acusações e tentações de Satanás; que os santos sejam santificados progressivamente, Jo 17.17; que a sua comunicação com o céu seja mantida, Hb 4.14, 16; 10.21, 22; que os serviços do povo de Deus sejam aceitos, 1 Pe 2.5; e que por fim entrem no gozo da sua herança perfeita no céu, Jo 17.24. (Berkhof, L – Teologia SistemáticaPg 400)