sexta-feira, 19 de julho de 2013

A PROMESSA DA ALIANÇA

A grande promessa dada na aliança das obras foi a promessa de vida eterna. Os que negam a aliança das obras, geralmente baseiam em parte a sua negação no fato de que não há registro de uma tal promessa na Bíblia. E é bem verdade que a Escritura não contém explicitamente nenhuma promessa de vida eterna a Adão. Mas a ameaça de castigo implica claramente aquela promessa. Quando o Senhor diz: “porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”, Sua declaração implica claramente que, se Adão se abstivesse de comer, não morreria, mas seria elevado acima da possibilidade de morte. Certamente a promessa implícita não significa que, em caso de obediência, Adão teria a permissão de viver da maneira usual, isto é, de continuar tendo a vida natural comum, pois essa vida já era sua em virtude da sua criação, e, portanto, não poderia ser apresentada como recompensa pela obediência. É evidente que a promessa implícita era da vida elevada ao seu supremo desenvolvimento de perene bem-aventurança e glória. Na verdade, Adão foi criado num estado de santidade positiva, e também era imortal, no sentido de que não estava sujeito à lei da morte. Mas ele estava apenas no início da sua carreira e ainda não possuía os mais altos privilégios que estavam reservados para o homem. Ele ainda não fora elevado acima da possibilidade de errar, pecar e morrer. Não estava ainda de posse do mais alto grau de santidade, nem tampouco desfrutava a vida em toda a sua plenitude. A imagem de Deus no homem ainda era limitada pela possibilidade de o homem pecar contra Deus, passar do bem para o mal e se tornar sujeito ao poder da morte. A promessa de vida da aliança das obras era uma promessa de remoção de todas as limitações da vida às quais Adão ainda estava sujeito, e da elevação da sua vida ao grau supremo de perfeição. Quando Paulo diz em Rm 7.10 que o mandamento era para vida, ele quer dizer vida no sentido mais completo da palavra. Eis o principio da aliança das obras: o homem que fizer estas coisas, viverá por elas; e este princípio é reiterado repetidas vezes na Escritura, Lv 18.5; Ez 20.11, 13,20; Lc 10.28; Rm 10.5; Gl 3.12. (Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 209)