terça-feira, 9 de julho de 2013

Os Resultados do Primeiro Pecado

A primeira transgressão do homem teve os seguintes resultados: 1. O concomitante imediato do primeiro pecado e, portanto, dificilmente um resultado dele no sentido estrito da palavra, foi a depravação total da natureza humana. O contágio do seu pecado espalhou-se imediatamente pelo homem todo, não ficando sem ser tocada nenhuma parte da sua natureza, mas contaminando todos os poderes e faculdades do corpo e da alma. Esta completa corrupção do homem é ensinada claramente na Escritura, Gn 6.5; Sl 14.3; Rm 7.18. A depravação total de que se trata aqui não significa que a natureza humana ficou logo tão completamente depravada como teria a possibilidade de vir a ser. Na vontade essa depravação manifestou-se como incapacidade espiritual. 2. Imediatamente relacionada com a matéria do item anterior, deu-se a perda da comunhão com Deus mediante o Espírito Santo. Esta é simplesmente o reverso da completa corrupção mencionada no parágrafo anterior. Ambos podem ser combinados numa única declaração, de que o homem perdeu a imagem de Deus no sentido de retidão original. Ele rompeu com a verdadeira fonte de vida e bem-aventurança, e o resultado foi uma condição de morte espiritual, Ef 2.1, 5, 12; 4.18. 3. Esta mudança da condição real do homem refletiu-se também em sua consciência. Houve, primeiramente, uma consciência da corrupção, revelando-se no sentido de vergonha, e no esforço que os nossos primeiros pais fizeram para cobrir a sua nudez. E depois houve uma consciência de culpa, que achou expressão numa consciência acusadora e no temor de Deus que isso inspirou. 4. Não somente a morte espiritual, mas também a morte física resultou do primeiro pecado do homem. De um estado de posse non mori desceu a um estado de non possenon mori. Havendo pecado, ele foi condenado a retornar ao pó do qual fora tomado, Gn 3.19. Diz-nos Paulo que por um homem a morte entrou no mundo e passou a todos os homens, Rm 5.12, e que o salário do pecado é a morte, Rm 6.23. 5. Esta mudança redundou também numa necessária mudança de resistência. O homem foi expulso do paraíso, porque este representava o lugar da comunhão com Deus, e era símbolo da vida mais completa e de uma bem-aventurança maior reservadas para ele, se continuasse firme. Foi-lhe vedada a árvore da vida, porque esta era o símbolo da vida prometida na aliança das obras. QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA: 1.Que diferentes teorias há quanto à origem do pecado? 2. Que prova bíblica há de que o pecado começou no mundo angélico? 3. À luz da Bíblia, pode-se sustentar a interpretação alegórica da narrativa da Queda? 4. Há algum lugar para a Queda na teoria evolucionista? 5. Deus quis a queda do homem, ou simplesmente a permitiu? 6. A nossa doutrina reformada (calvinista) faz de Deus o autor do pecado? 7. Quais as objeções à noção de que as almas dos homens pecaram numa existência anterior? 8. Há justificativa para Deus, por ter feito o estado espiritual da humanidade em geral dependente da obediência ou desobediência do primeiro homem? 9. Que é que Barth e Brunner querem dizer quando falam da queda do homem como super-história? 10. Por que será que a doutrina da aliança das obras encontra tão pouca aceitação fora dos círculos reformados (calvinistas)? 11. O que explica a generalizada negligência desta doutrina nos dias atuais? 12. Por que é importante manter esta doutrina? BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTA: Bavinck, Geref. Dogm III, p. 605-624; III, p. 1-60; Kuyper, Dict. Dogm.,p.23-117; De Peccato,p. 17-26; Vos, Geref. Dogm. II, p.32-54; Hodge, Syst. Theol.,p. 183-196; 216-232; Schmid, Doct. Theol. of the Ev. Luth. Ch., p. 239-242; Valentine, Chr. Theol. I, p. 416-420; Litton, Introd. To Dogm. Theol. ,p. 133-136; Pope, Chr. Theol.II, p. 3-28; II, p.108; Raymond, Syst. Theol. II, p.50-63; 99; 111; Macintosh, Theol. as an Empirical Science, p.216-229; MacPherson, Chr. Dogm., p. 220-242; Orr, God’s Image in Man, p. 197-240; Candlish, The Bibl. Doct. Of Sin, p. 82-89; Talma, De Anthopologie van Calvijn, p. 69-91; Kuyper, Uit het Woord, De Leer der Verbonden, p. 3-221; Tennant, The Origin and propagation of Sin; ibid. The Concept of Sin. (Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg 220)