terça-feira, 11 de junho de 2013

O Conceito Católico romano do Pecado

Conquanto os Cânones e Decretos do Concilio de Trento sejam um tanto ambíguos sobre a doutrina do pecado, o conceito católico romano do pecado predominante pode ser expresso como segue: O verdadeiro pecado sempre consiste num ato consciente da vontade. É certo que as disposições e os hábitos que não estão de acordo com a vontade de Deus são de caráter pecaminoso; contudo, não se lhes pode chamar pecados, no sentido estrito da palavra. A concupiscência que está presente no homem e por trás do pecado, ganhou domínio sobre o homem no paraíso e, assim, precipitou a perda do donun superadditum da justiça original, não pode ser considerada pecado, mas somente a lenha (fomes) ou o combustível par o pecado. A pecaminosidade dos descendentes de Adão é primordialmente uma condição negativa, apenas, consistindo na ausência de algo que devia estar presente, isto é, da justiça original, que não é essencial à natureza humana. Alguma coisa essencial estaria faltando somente se, como alguns sustentam, a justitia naturalis também fosse perdida. As objeções a esse conceito evidenciam-se perfeitamente no que foi dito com relação à teoria pelagiana. Um simples lembrete delas parece mais que suficiente. Até onde sustenta que o verdadeiro pecado consiste somente numa escolha deliberada da vontade e em atos manifestos, as objeções levantadas contra o pelagianismo lhe são pertinentes. A idéia de que a justiça original foi acrescentada sobrenaturalmente à constituição natural do homem, e de que a sua perda não macula a natureza humana, é antibíblica, como foi demonstrada em nossa discussão da imagem de Deus no homem. De acordo com a Bíblia, a concupiscência é pecado, verdadeiro pecado, e raiz de muitas ações pecaminosas. Expusemos isso quando consideramos o conceito bíblico do pecado. QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA: 1. A filosofia conseguiu explicar com sucesso a origem do pecado? 2. A escritura dá apoio à idéia de que, originariamente, o pecado não tinha qualidade ética? 3. Quais as objeções ao conceito de que o pecado é mera privação? 4. Devemos conceber o pecado como uma substância? 5. Com o nome de quem se associa essa idéia? 6. Esse pecado existe isolado do pecador? 7. Como podemos provar que o pecado sempre deve ser julgado pela lei de Deus? 8. Paulo favoreceu o antigo dualismo grego, quando falou do “corpo do pecado” e empregou o termo “carne” para designar a natureza pecaminosa do homem? 9. É recomendável a tendência de falar do “mal”, e não do “pecado”? 10. Que se quer dizer com a interpretação social do pecado? 11. Essa forma de interpretação reconhece o pecado pelo que ele é fundamentalmente? BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTA: Bavinck, Geref. Dogm III, p. 121-158; III, Kuyper, Dict. Dogm., De Peccato, p. 27-35; Hodge, Syst. Theol.II,p.130-192; Vos, Geref. Dogm. II, p.21-32; Dabney, Syst. And Polem. Theol , p 306-317;. MacPherson, Chr. Dogm., p. 257-264; Pope, Chr. Theol.II, p. 29-42; Orchard, Modern Theories of Sin; Moxon, The Doctrine of Sin; Alexander, Syst. Of Bibl. Theol. I, p. 232-265; Brown, Chr, Theol. in Outline, p. 261-282; Clarck, An Outline of Chr, Theol. ,p. 227-239; Orr, God’s Image in Man, p. 197-246; Mackintosh, Christianity and Sin, cf. índice; Candlish, The Bibl. Doct. Of Sin, p.31-34; Talma, De Anthopologie van Calvijn, p. 92-117; Tennant, The Concept of Sin. (Teologia Sistemática – Louis Berkhof – Pg. 230)