segunda-feira, 29 de abril de 2013

A Aliança da Redenção

A. A discussão Separada Disto é Desejável. Há diferentes explanações a respeito das partes da aliança da graça. Alguns entendem que são o Deus triúno e o homem, este sem qualificação ou qualificado de algum modo, como por exemplo, “o pecador”, “o eleito” ou “o homem em Cristo”; outros entendem que são Deus o Pai, representando a Trindade, e Cristo, representando os eleitos; outros ainda, desde o dia de Coccejus (Coceio), distinguem as duas alianças, a saber, a aliança da redenção (pactum salutis) entre o Pai e o Filho, e, baseada nesta, a aliança da graça entre o Deus triúno e os eleitos, ou entre Aquele e o pecador eleito. Dessas explanações, a segunda leva certa vantagem, de um ponto de vista sistemático. Pode reivindicar o apoio de passagens como Rm 5.12-21 e 1 Co 15.21, 22, 47-49, e salienta a inseparável conexão que há entre o pactum salutis e a aliança da graça. Ela põe em relevo a unidade da aliança em Cristo. Defendem-na, entre outros, Boston, Gib, Dick, A. Kuyper, H Kuyper e A.Kuyper Jr. Todavia, a terceira explanação é mais precisa, mais fácil de entender e, portanto, mais proveitosa numa discussão prática da doutrina da aliança. Ela evita muita confusão que incide sobre a outra teoria, e é seguida pela maioria dos teólogos reformados (calvinistas), como Mastricht, à Marck, Turretino, Witsius, Heppe, os Hodge, Shedd, Vos, Bavinck e Honing. Não há diferença essencial entre essas duas explanações. Diz o Dr. Hodge: “Não há diferença doutrinária entre os que preferem uma exposição às outra; entre os que encerram todos os fatos da Escritura relativos a este assunto numa só aliança entre Deus e Cristo como o representante do Seu povo, e os que os distribuem em duas alianças”. Sendo assim, está fora de dúvida que a terceira maneira de apresentar a matéria merece a preferência. Mas, ao segui-la, devemos atentar para o que diz Shedd: “Apesar desta distinção (entre a aliança da redenção e a da graça) ser favorecida pelas afirmações bíblicas, não se segue que há duas alianças separadas e independentes, em antítese à aliança das obras. A aliança da graça e a da redenção são dois modos ou duas fases da única aliança evangélica da misericórdia”. (Teologia Sistemática – L. Berkhof. Pg 261)