segunda-feira, 29 de abril de 2013

Requisitos e Promessas da Aliança da Redenção

1. REQUISITOS. O Pai exigiu do Filho que comparecesse nesta aliança como Fiador e Chefe do Seu povo, e como último Adão, para que fizesse correções pelo pecado de Adão, e dos que o Pai Lhe dera, e fizesse o que Adão deixou de fazer, guardando a lei e, assim, garantindo a vida eterna a toda a Sua progênie espiritual. Este requisito incluía as seguintes particularidades: a. Que Ele assumisse a natureza humana nascendo de uma mulher, e assim adentrasse as relações temporais; e que assumisse esta natureza com as suas presentes fraquezas, mas sem pecado, Gl 4.4,5; Hb 2.10, 11, 14, 15; 4.15. Era absolutamente essencial que Ele se tornasse membro da raça humana. b. Que Ele, como o Filho de Deus e superior à lei, se colocasse debaixo da lei; que Ele entrasse, não apenas na relação natural com a lei, mas também na relação penal e federal com ela, a fim de pagar a penalidade pelo pecado e merecesse a vida eterna para os eleitos, Sl 40.8; Mt 5.17, 18; Jo 8.28, 29; Gl 4.4; Fp 2.6-8. c. Que Ele, depois de merecer o perdão dos pecados e a vida eterna para os Seus, aplicasse a estes os frutos dos Seus méritos: o perdão completo e a renovação das suas vidas pela poderosa operação do Espírito Santo. Fazendo isto, Ele tornaria absolutamente certo e seguro que os crentes consagrariam as suas vidas a Deus, Jo 10.16; 16.14, 15; 17.12, 19-22; Hb 2.10-13; 7.25. 2. PROMESSAS. As promessas do Pai correspondem aos requisitos exigidos para a realização da Sua grandiosa e compreensiva tarefa, excluindo com isso toda incerteza quanto ao êxito operacional desta aliança. Eis o que estas promessas incluíam: a. Que Ele prepararia um corpo para o Filho, corpo que seria um tabernáculo próprio para Ele; um corpo em parte preparado pela ação imediata de Deus e não contaminado pelo pecado, Lc 1.35; Hb 10.5. b. Que Ele O dotaria dos necessários dons e graças para a realização da Sua tarefa, e particularmente O ungiria para os ofícios messiânicos, dando-lhe o Espírito sem medida – promessa cumprida especialmente no Seu batismo, Is 42.1, 2; 61.1; Jo 3.31. c. Que Ele O apoiaria na realização da Sua obra, livrá-Lo-ia do poder da morte habilitando-o, assim, a destruir os domínios de Satanás e a estabelecer o reino de Deus, Is 42.1-7; 49.8; Sl 16.8-11; At 2.25-28. d. Que Ele O capacitaria, como recompensa por Sua obra consumada, a enviar o Espírito Santo para a formação do Seu corpo espiritual, e para a instrução, direção e proteção da igreja, Jo 14.26; 15.26; 16.13, 14; At 2.33. e. Que Ele Lhe daria numerosa semente em recompensa por Sua obra consumada, uma tão numerosa semente que seria uma incontável multidão, de modo que, finalmente, o reino do Messias abarcaria o povo de todas as nações e línguas, Sl 22.27; 72.17. f. Que Ele O comissionaria, delegando-lhe todo o poder, no céu e na terra, para o governo do mundo e de Sua igreja, Mt 28.18; Ef 1.20-22; Fp 2.9-11; Hb 2.5-9; e finalmente O recompensaria, como Mediador, com a glória que, como Filho de Deus, tinha com o Pai antes de existir o mundo, Jo 17.5. E. Relação desta Aliança com a Aliança da Graça. Os seguintes pontos indicam a relação existente entre esta aliança e a aliança da graça: 1. O conselho de redenção é o eterno protótipo da aliança histórica da graça. Isto explica o fato de muitos combinarem as duas numa só aliança. Aquela é eterna, isto é, é oriunda da eternidade, e esta é temporal, no sentido de que se concretiza no tempo. Aquela consiste num pacto entre o Pai e o Filho, como o Fiador e o Chefe dos eleitos, enquanto que esta consiste num pacto entre o Deus triúno e o pecador eleito no Fiador. 2. O conselho de redenção é o firme e eterno fundamento da aliança da graça. Se não tivesse havido nenhum conselho de paz entre o Pai e o Filho, não poderia ter havido nenhum acordo entre o Deus triúno e os homens pecadores. O conselho de redenção torna possível a aliança da graça. 3. Conseqüentemente, o conselho de redenção também dá eficácia à aliança da graça, pois naquele são providenciados os meios para o estabelecimento e a execução desta. É somente pela fé que o pecador pode obter as bênçãos da aliança, e no conselho de redenção abre-se o caminho da fé. O Espírito Santo, que produz a fé no coração do pecador, foi prometido a Cristo pelo Pai, e a aceitação do caminho da vida pela fé foi garantida por Cristo. Pode-se definir a aliança da redenção como o acordo entre o Pai, dando o Filho como o Chefe e Redentor dos eleitos, e o Filho, tomando voluntariamente o lugar dos que Lhe foram dados pelo Pai. (Teologia Sistemática – L. Berkhof. Pg 266)